Genética da Constituição
D. Pedro versus Frei Caneca
DOI:
https://doi.org/10.23927/revihgb.v.185.n.496.2024.218Palavras-chave:
Constitucionalismo de realidade, Teoria social do Direito, Constitucionalismo brasileiro, Genética da ConstituiçãoResumo
O artigo faz análise sobre o que se convencionou chamar de constitucionalismo brasileiro. Foca na genética da primeira Constituição brasileira, no intervalo que vai de 1821 a 1824. Período esse que se caracteriza por competição entre diversos projetos de Constituições, tais como: a Constituição Portuguesa de 1822, o da Assembleia Constituinte de 1823 – a Constituição “da Mandioca” – e, especificamente, o projeto de Frei Caneca para a Constituição da Confederação do Equador. Entendemos que os projetos são movidos pelo desejo e pelo medo – mutuamente. Frei Caneca desejava a Constituição liberal e tinha medo da Constituição de D. Pedro I – do arbítrio, da opressão, da concentração de poder que promovia. O imperador tinha desejo de uma Constituição que justamente o conferisse poder, e tinha medo da fragmentação do território, da descontinuidade da dinastia, do desagrado das elites. Denominamos genética das leis. Utilizamos o conceito de Frei Caneca de Constituição como sendo a “Ata do Pacto Social”. Fazemos algumas comparações da pauta de então com as enfrentadas pela atual Constituição de 1988, observando algumas rupturas e continuidades nesses duzentos anos.
Downloads
Referências
CAIRÚ, José da Silva Lisboa. Roteiro brazileiro; ou Collecção de principios e documentos de direito político em serie de numeros... /. Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1822. 20 cm. P. 3, Parte I. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/dossies/guerra-das-penas-os-panfletos-politicos-da-independencia-1820-1823/o-triunfo-do-imperio-brasilico/independencia-independencias/. Acesso em: 10 out. 2024.
CANECA, Frei Joaquim do Amor Divino. Sermão na solenidade da aclamação de D. Pedro de Alcântara em Imperador Constitucional do Brasil, celebrada pelo senado da cidade do Recife a 8 de dezembro de 1823, na matriz de Corpo Santo, etc. Recife: [s.n.], 1823. p. 247. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/
documentos/?id=211237. Acesso em: 7 out. 2024.
Correio Braziliense. "Constituinte pode anistiar Frei Caneca." Correio Braziliense, Brasília, 26 de abril de 1987, p. 8. Disponível em: ANC 88, Pasta 24 a 30, Abril/87.
MIRANDA, José Antonio de. Memoria constitucional e política sobre o estado presente de Portugal, e do Brasil, dirigida a el rey nosso senhor, e offerecida a sua alteza e principe real... regente do Brasil, /. Rio de Janeiro: Na Typographia Regia, 1821. XI, P. 61, 20,5 cm. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/dossies/guerra-das-penas-os-panfletos-politicos-da-independencia-1820-1823/o-triunfo-do-imperio-brasilico/independencia-independencias//. Acesso em: 10 out. 2024.
O CAMPEAO Portuguez em Lisboa, ou O Amigo do Povo e do Rei Constitucional: Semanario politico, publicado para advogar a causa e interesses da nacao portugueza em ambos os mundos, e servir de continuacao ao Campeao Portuguez em Londres. Lisboa [Portugal]; Portugal: Typ. Rollandiana, Vol. 1, Nº 6, 11 maio 1822. 20x13. Disponível em: http://memoria.bn.br/DOCREADER/
DocReader.aspx?bib=890324&pagfis=88. Acesso em: 7 de outubro de 2024.
O Papagaio, n. 2, Rio de Janeiro, 1822. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/
DOCREADER/DocReader.aspx?bib=700495&pagfis=7. Acesso em: 7 out. 2024.
PEDRO I, Imperador do Brasil. Discurso que S. M., o Imperador recitou na abertura da Assembleia Geral, Constituinte e Legislativa a 3 de maio de 1823. Rio de Janeiro: s.n., 1823. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ws000041.pdf. Acesso em: 7 out. 2024.
Obras politicas e litterarias de Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. Recife: Typ. Mercantil, 1875. 2 v. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/221676. Acesso em: 07 out. 2024.
BRASIL. Constituição Política do Império do Brazil, de 25 de março de 1824. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/243182. Acesso em: 07 out. 2024.
BRASIL. Decreto de 18 de fevereiro de 1821. Determina que o Príncipe Real, como regente, ocupe o lugar de presidente das cortes em todas as províncias do reino. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret_sn/anterioresa1824/decreto-39215-18-fevereiro-1821-569019-publicacaooriginal-92315-pe.html. Acesso em: 09 out. 2024.
BRASIL. Decreto de 3 de junho de 1822a. Disponível em: https://www.obrabonifacio.com.br/colecao/obra/1776/digitalizacao/
Acesso em: 07 out. 2024.
BRASIL. Decreto de 12 de novembro de 1823a. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ws000041.pdf. Acesso em: 07 out. 2024.
BRASIL. Decreto de 26 de julho de 1824. Manda suspender provisoriamente, para a Província de Pernambuco, as disposições do § 8º do art. 179 da Constituição Política do Império. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret_sn/1824-1899/decreto-38653-26-julho-1824-567307-publicacaooriginal-90694-pe.html. Acesso em: 10 out. 2024.
BRASIL. Instruções a que se refere o Real Decreto de 3 de junho do corrente ano, que manda convocar uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa para o Reino do Brasil. [S.l.: s.n.], 1822b. Disponível em: https://www.obrabonifacio.com.br/colecao/
obra/1776/digitalizacao/. Acesso em: 07 out. 2024.
BRASIL. Poder Legislativo. Projeto de Constituição para o Império do Brazil. 1823b. Documento textual, manuscrito. Disponível em: http://bd.camara.leg.br/bd/handle/bdcamara/25819. Acesso em: 09 out. 2024.
CABRAL DE MELO NETO, João. Auto do Frade: poema para vozes. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1984.
MELLO, Antonio Joaquim de. Obras politicas e litterarias de Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. Recife: Typ. Mercantil, 1875. 2 v. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/221676. Acesso em: 07 out. 2024.
MELLO, Evaldo Cabral de. A outra independência: Pernambuco, 1817-1824. São Paulo: Editora 34, 2004. 1ª ed.
RODRIGUES, José Honório. A Assembleia Constituinte de 1823. 2. ed. Brasília: Senado Federal, 1991.
PEDRO I, Imperador do Brasil. Cartas de D. Pedro, Príncipe Regente do Brasil a seu pai, D. João VI, Rei de Portugal (1821-1822). Edição preparada por Eugênio Egas. São Paulo: Typographia Brasil, de Rothschild & Cia, 1916.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os textos da Revista do IHGB são publicados sob uma licença Creative Commons BY-NC-ND, ou seja, é permitindo o acesso gratuito e imediato ao trabalho e permitindo ao usuário a ler, baixar, distribuir, imprimir, buscar, ou criar links para o texto completo dos artigos (acesso aberto). Reusos dos textos, como citações ou republicações devem mencionar a autoria dos mesmos, mencionar que a publicação foi realizada na Revista do IHGB e não podem ser utilizados com fins comerciais e/ou sofrerem adaptações sem expressa autorização do Editor-chefe da Revista do IHGB e/ou a Diretoria do IHGB.