O uso da Malva no Brasil
do apogeu ao declínio
DOI:
https://doi.org/10.23927/revihgb.v.184.n.494.2024.90Palavras-chave:
Agricultura, Juta, Malva, AmazôniaResumo
Neste texto descreveremos o percurso histórico de utilização, no Brasil, da malva (Urena lobata L.), uma planta encontrada na flora nacional que é a sósia perfeita da juta (Corchorus olitorius L. e Corchorus capsularis L.), uma planta exótica. O objetivo deste artigo é produzir conhecimentos acerca do processo de utilização da malva visando à produção de fibras destinadas à confecção de sacarias para embalar produtos agrícolas, bem como para outros usos na tecelagem. Para isso, analisamos o contexto histórico em que se deram as primeiras tentativas de cultivo da malva no Brasil, ocorridas entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Analisamos, ainda, o contexto atual de cultivo dessa planta, feito na Amazônia. Nessa região há, fundamentalmente, a coleta e/ou cultivo de malva para a produção de sementes no nordeste paraense e, no vizinho estado do Amazonas, ocorre o cultivo visando à produção de fibras. A metodologia utilizada foi a da pesquisa documental, realizada nos arquivos de importantes instituições de pesquisa agrícola do país. A relevância do tema reside no fato de que a malva praticamente substituiu a juta na Amazônia, não por haver diferenças no processo produtivo ou na eficiência e qualidade de suas fibras, mas sim, por conta do abandono das pesquisas ligadas à juta na região e da disponibilidade de sementes. Essa omissão levou ao rareamento da produção e da oferta de sementes, fazendo com que os ribeirinhos, atualmente, passassem a cultivar quase que exclusivamente apenas a malva.
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